A visão antropocêntrica do Ser Humano faz com que as necessidades dos
Homens estejam acima de qualquer outra espécie, incluindo o direito à vida e a
liberdade dessas. Um exemplo disso é o tráfico de animais, que é uma prática ilegal
porém ainda comum no Brasil e no mundo todo.
A animação “Rio”, lançada no ano de 2011, apresenta uma crítica ao tráfico
de animais silvestres e seus impactos na natureza. No filme, a arara azul Blue é
capturada do Brasil e levada para ser comercializada nos Estados Unidos. Durante
o decorrer da história, é capaz de ser observada a grande diversidade de espécies
silvestres presentes no Brasil, além de cenas que demonstram a ganância envolvida
na captura desses animais.
Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação e da Biodiversidade, as
espécies que mais sofrem com o tráfico são: os psitacídeos (papagaios e
periquitos), passeriformes (passarinhos), dendrobatídeos (rãs venenosas e
coloridas), primatas e lepitópteros (borboletas). A maior parte do destino desses
animais é para criação em cativeiro, como um animal de estimação. A normalização
dessa prática faz com que muitos animais sejam colocados em risco de extinção,
pela falta de conhecimento dos compradores acerca dos costumes e alimentação
desses animais, o que pode reduzir sua expectativa de vida em cativeiro, além de
dificultar a reprodução das espécies na natureza.
Nesse contexto, o filósofo alemão Hans Jonas, desenvolveu o que ele
chamava de “Ética da Responsabilidade”, que tinha como definição que a
consequência da destruição do planeta atualmente afetará as gerações futuras.
Com base nisso, a destruição de habitats e captura de animais selvagens para a
satisfação pessoal, ocasionarão que daqui a algumas décadas crianças observem
apenas em livros e fotografias antigas espécies que um dia viveram no mesmo
planeta que o nosso.
Segundo dados do governo do estado de São Paulo, a Polícia Militar
Ambiental apreende cerca de 50 mil animais silvestres por ano, que são oriundos do
tráfico. No estado existe o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres),
onde passam cerca de 12 mil animais por ano e que, se em condições favoráveis,
retornam à natureza.
Sendo assim, a primeira medida para acabar com o tráfico é a
conscientização das pessoas, a fim de reduzir ao total a procura desses animais,
acabando com essa prática tão nociva ao meio ambiente.
Por: Luiza Moniz
Referências bibliográficas
Governo de São Paulo. Conheça o CRAS, serviço que recupera animais
silvestres resgatados em SP. Agosto, 2016. Disponível em: <
https://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-noticias/conheca-o-cras-servico-que-recupera-anima
is-silvestres-resgatados-em-sp/ >. Acesso em: 23 de setembro de 2021
Instituto Chico Mendes de Conservação e da Biodiversidade. Tráfico de animais
contribui para extinção de espécies. Julho, 2014. Disponível em: <
https://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/4905-trafico-de-animais-contribui-para-extin
cao-de-especies >. Acesso em: 23 de setembro de 2021