A temática e conceito de educação ambiental, apesar de extremamente relevante e
necessária, só veio a tomar popularidade durante os últimos anos, com o agravamento
alarmante das crises ambientais ao redor do mundo. Movimentos sustentáveis vêm cada vez
mais reforçando a importância de levarmos esse tópico a sério e tomarmos conhecimento de
todas as consequências provocadas pelas ações da humanidade ao longo dos séculos. Porém,
será que realmente estamos levando esse tópico tão a sério quanto deveríamos? Será que a
educação ambiental está realmente sendo implementada no sistema de formação dos jovens,
ou será que a maioria da população só vê essa temática como um assunto quente do
momento?
Começamos a nos aprofundar sobre a gravidade do assunto quando tomamos
conhecimento da história do movimento de educação ambiental no mundo, em que o termo
“educação ambiental” só começou a tomar relevância nos contextos pedagógicos e políticos
no final do século XX, por volta dos anos 70, uma data extremamente recente comparado aos
anos e anos de estragos que a humanidade veio provocando no planeta. No Brasil, essa
relevância demorou ainda mais para ser instituída, e até hoje, é muito negligenciada por uma
quantidade gigantesca da população, apesar dos grandes movimentos de sustentabilidade que
vêm sendo promovidos por diversos órgãos internacionais, como a ONU, um dos mais
populares e influentes.
Essa extrema necessidade por movimentos verdes se deu devido aos gigantes efeitos
colaterais do desenvolvimento desenfreado da civilização industrial que a humanidade do
final do século XX começou a observar, tais como: extrema poluição do ar e dos corpos
d’água, desastres ambientais, extinção de espécies, acúmulo incessante de lixo entre muitos
outros fatores que começaram a afetar diretamente a qualidade de vida das pessoas. Foi então,
graças a diversos protestos e manifestações promovidos pela própria população, que
organizações e pessoas de poder começaram a prestar atenção no que estava acontecendo com
o planeta, e a que consequências irreversíveis suas ações estavam se direcionando.
O termo “educação ambiental” em si, é um indicativo do quanto a educação
tradicional não é ambiental e não engloba conteúdos relacionados ao meio ambiente do jeito
que deveria. Uma grande prova disso é observada pelo modo como as pessoas se comportam
em relação a descarte de lixo, consumo inconsciente, em relação ao respeito à natureza e aos
seres vivos que a pertencem, e o próprio desinteresse delas quando tópicos de sustentabilidade
são mencionados. O objetivo, portanto, dessa implementação emergencial de projetos de
educação ambiental em todas as áreas da educação seria reeducar o ser humano quanto a
forma como nos relacionamos com o meio ambiente.
Realizar essa revolução na forma de pensar das pessoas não é uma tarefa fácil, uma
vez que a readaptação/mudança de hábitos com os quais estamos acostumados é muitas vezes
incômodo e demorado, já que estaremos saindo da nossa zona de conforto. É geralmente
nesse momento que as pessoas mais perdem interesse e ficam desencorajadas em adaptar uma
forma de viver mais sustentável, continuando a viver da forma como as convém. E é nesse
aspecto que a educação ambiental tem que mais agir, reforçando para a juventude, desde
muito cedo, sobre o quanto nossas antigas formas de viver estão levando a nossa própria
autodestruição, e a de outras formas de vida existentes no planeta.
Pode-se dizer que de certa forma, o que mais precisa ser ensinado e reforçado nas
escolas é a empatia para com o próximo, estando o termo “próximo” se referindo não só a
outros seres humanos, mas também a todas as outras espécies que estão tendo sua existência
ameaçadas pela irresponsabilidade humana. Entendendo primeiramente a essencialidade do
respeito e convivência mútua entre todas as espécies, que é a base fundamental de qualquer
movimento de sustentabilidade, todos os outros aspectos da educação ambiental fluirão com
muito mais facilidade e serão melhor assimilados pelas pessoas. O zelo pelo meio ambiente
não deve ser uma questão apenas de sobrevivência, mas sobre o abandono do ego humano.
Para que isso seja implementado eficientemente, é necessário que a população tenha
acesso a esse material desde muito jovem, e continue com um contato com a temática
ambiental pelo resto da sua formação, para que dessa maneira esse conhecimento seja
enraizado na nossa sociedade e as próximas gerações convivam de maneira harmônica com a
natureza. No momento que estamos vivendo, se trata sim de uma questão de vida ou morte,
porém o objetivo da educação ambiental no futuro deve se expandir para além dessa forma de
pensar.
Entender que a educação ambiental não é uma solução para os problemas atuais, e sim
uma área da educação essencial para o desenvolvimento da sociedade humana é o que
contradiz a ideia de que esta é apenas mais uma mera moda passageira. Vamos assim,
incentivar a implementação de formas de educação ambiental em todas as instituições de
ensino, continuamente reforçar sua importância em todos os contextos da nossa civilização e
promover a sua expansão para todas as camadas da sociedade, contribuindo assim cada vez
mais para a grande revolução da maneira de pensar e viver da humanidade.
Por: Aline Kazuno Hayashi